Principais dúvidas:

1- O Dr. João Marcos atende o meu plano? 

2- Quero agendar uma consulta OU endoscopia!

3- Agenda do Dr. João Marcos.

4Qual o valor? (Consultas, endoscopia adulto e pediátrica, Colonoscopia, Balão intragástrico,

     CPRE, EcoEndoscopia, Cirurgia de vesícula?

5- Como são agendados os procedimentos (CIRURGIA/COLONOSCOPIA/CPRE/EcoEndoscopia)?

6- Endoscopia pediátrica, vocês fazem?

7- Endoscopia digestiva dói?

 

É NECESSÁRIO EVITAR NOZES, SEMENTES, MILHO OU PIPOCA NA DOENÇA DIVERTICULAR DOS CÓLONS? 

Desde 1950 tem sido recomendado evitar a ingestão destes alimentos, com o intuito de reduzir as complicações. Aproximadamente 1/3 dos americanos desenvolvem doença diverticular ao longo da vida. São pequenas bolsas na parede do intestino grosso e, a teoria, é que o material poderia se impactar no interior e causar inflamação e infecção. Em 2008 porém, um estudo publicado na revista da Associação Médica Americana questionou esta recomendação, e sugeriu que estes alimentos na verdade, diminuiriam esses riscos. Embora o mecanismo exato do aparecimento dos divertículos não esteja bem entendido, sabe-se que está relacionado com interações complexas entre a estrutura do cólon, a motilidade intestinal, a dieta e fatores genéticos. A maioria dos pacientes é assintomática mas, 1⁄4 dos pacientes desenvolverão complicações, como náuseas, vômitos, cólicas e sangramento. Os protocolos sugerem que comer alimentos com alto teor de fibras é a única recomendação frequente na literatura médica para diminuir esse risco. A eliminação de alimentos específicos da dieta não está recomendada. É geralmente aceito que uma alimentação com alto teor de fibras seja recomendado, contudo, evitar nozes, sementes e caroços não é necessário.

 

QUAL O PROBLEMA DE USAR OMEPRAZOL POR LONGO PERÍODO?

Os Inibidores da Bomba de Prótons (IBP) são medicamentos comuns na prática gastroenterológica, estando eles disponíveis no mercado americano há cerca de 25 anos. O sucesso dessas drogas não é apenas um resultado de sua potência e eficácia na melhora dos sintomas e complicações das doenças ácido-pépticas, mas também porque dentre os agentes farmacológicos utilizadas por gastroenterologistas, os IBP têm sido considerados como uma das classes de medicamentos mais seguras. No entanto, existem preocupações, com relatos de potenciais efeitos adversos associados com o uso de IBP.

Estes relatos levaram a agência americana Food and Drug Administration (FDA) a emitir avisos relativos ao uso de IBP. As interações potenciais estão relacionadas a absorção de vitaminas e sais minerais, efeitos sobre a densidade óssea, alterações da farmacodinâmica /farmacocinética de drogas, risco de infecção e reação de hipersensibilidade. Portanto, foi examinado a base científica proposta para os eventos adversos e a sua base de evidências, em torno dos pontos controversos, e fornece a recomendações para a prática clínica.

 

Efeitos sobre a absorção de vitaminas e minerais

Ferro

Embora seja concebível que a terapia de IBP possa reduzir a absorção de ferro não-heme e seus estoques de reposição, este efeito não tem sido bem estudado ou mesmo evidente na prática clínica.

 

Cálcio

Não há boa evidência científica que justifique que o uso de IBP apresente um risco significativo para a perda de densidade óssea ou de fraturas relacionadas à osteoporose. Por conseguinte, nestes casos não é recomendada a interrupção do tratamento com IBP; assim como também a suplementação de cálcio não é recomendada, ou justificada, unicamente por causa do uso de IBP.

 

Magnésio

Foram relatados alguns casos (<50 no total) de hipomagnesemia que foram associados ao uso de IBP a longo prazo. Este alerta sugeriu que os prestadores de cuidados de saúde possam considerar a necessidade de verificar os níveis de magnésio em pacientes com previsão de uso do IBP a longo prazo. O mecanismo para a depleção de magnésio não é conhecido.

Recomendação: Verificar os níveis de magnésio antes de começar o tratamento não é prático, em especial para o mercado de compra livre do medicamento (over-the-counter). Em pacientes com predisposição ou com perda permanente por má absorção intestinal ou excreção renal com perda de magnésio, pode ser razoável acompanhar os níveis de magnésio e considerar esta associação, especialmente quando ocorre hipomagnesemia profunda. Dada a extrema raridade dos casos e a ausência de estudos controlados para delinear os mecanismos, é importante para os prestadores de cuidados de saúde estarem cientes deste fato, mas manter o IBP nos casos onde é clinicamente justificado.

 

Vitamina B 12

O ácido gástrico está envolvido na absorção da vitamina B 12, facilitando a sua libertação a partir de proteínas na dieta, de modo que esta vitamina possa ligar-se às proteínas R. Este complexo proteico B12-R é rompido no duodeno e, subsequentemente, a B12 pode ser absorvida no íleo terminal ligada ao fator intrínseco. Uma vez que a absorção de B12 é dependente de ácido gástrico, teoricamente, o uso IBP a longo prazo pode prejudicar a sua capacidade de absorção.

Recomendação: Os estudos que examinaram esta potencial relação mostraram resultados conflitantes. Portanto, faz-se necessário a realização de estudos prospectivos para que se possa concluir sobre algum possível efeito de causalidade.

 

Alteração da farmacodinâmica :

Embora os ensaios com plaquetas ex vivo e dados observacionais possam ser reais, nem sempre são adequados para extrapolação em cuidados clínicos. Dada a falta de dados de ensaios randomizados, controlados e concisos, a avaliação adequada do paciente é a questão fundamental. Para os doentes que apresentem sinais e sintomas de doenças relacionadas com o ácido, ou pacientes com indicação profilática de lesão do TGI por drogas (critérios de risco para lesão gastrointestinal por AINES), há evidências para apoiar o uso concomitante de IBP.

 

Inibidores da bomba de prótons e infecções

Pneumonia

Existe um pequeno risco relativo associado ao uso a curto prazo (< 30 dias) e uso de altas doses de IBP. Essas relações, no entanto, não oferecem uma explicação definitiva para o risco relativo, porque uma heterogeneidade significativa entre os estudos e uma série de fatores confundidores podem ter sido responsáveis por alguns dados onde foi observada significância estatística.

 

Clostridium difficile

Até o momento, não há provas suficientes para concluir que existe uma relação definitiva entre a utilização IBP e infecção por C. difficile . A utilização adequada dos IBPs não deve ser alterada, até que surjam provas mais contundentes a respeito.

 

Diarréia do viajante

Alterações do pH gástrico e possíveis alterações relacionadas na susceptibilidade para infecções entéricas tem sido um tema de debate de longa data. Embora a hipocloridria geralmente seja listada como um fator de risco para a diarreia do viajante, a exposição ao IBP como um fator de risco para infecções entéricas em viajantes não foi estudada formalmente. 

Os dados não suportam uma associação de infecção bacteriana específica, embora tenha havido alguns relatos de casos que sugerem uma remota associação causal. No entanto, a Sociedade Internacional de Medicina de Viagem sugere a interrupção IBP se viajar para áreas com risco de infecção entérica. Isto parece razoável se a avaliação de risco do paciente é individualizada, e, se possível, quando os IBP puderem ser interrompidos por um curto período de tempo sem consequências deletérias para o TGI.

 

Supercrescimento bacteriano

A relação entre o uso de IBP e do desenvolvimento de supercrescimento bacteriano no intestino delgado ainda não esta completamente compreendida. Dada a falta de ensaios clínicos randomizados, não há dados, no momento, que permitam apoiar uma relação positiva.

 

Peritonite bacteriana espontânea

Embora não haja nenhuma evidência definitiva e conclusiva, o uso de IBP em paciente cirrótico deve ser criteriosamente examinado. Neste momento, seria prematuro recomendar a interrupção de IBP nos doentes que tenham indicações apropriadas para o uso contínuo. Os dados mais recentes sugerem que Ranitidinanão têm esse risco relativo. Consequentemente, se o paciente tem cirrose descompensada e necessidade contínua de terapia de redução de ácido é razoável tentar a mudança do inibidor de bomba (Omeprazol) para a Ranitidina e monitorar a eficácia clínica desta terapia.

 

Nefrite intersticial

Apesar da extrema raridade da síndrome, a associação não pode ser desprezada e atenção clínica é necessária para detectar nefrite intersticial aguda, especialmente logo após o início da terapia com IBP.

 

Conclusões

A relação risco / benefício clínico, de qualquer intervenção médica ou terapêutica, deve ser sempre avaliada para cada paciente e alertam para a prescrição exagerada e, às vezes, desnecessária em muitos pacientes, em especial para aqueles em uso continuado a longo prazo.

 

FONTE adaptada site da FBG (dezembro 2016)